«Beja, como tantas localidades do nosso país nascido de sucessivas campanhas militares, foi, até meados da centúria de Oitocentos, uma praça-forte cintada por um anel de muralhas. Nesse tempo tinha ainda intactas as cinco portas medievais, que se fechavam ao toque das Avés-Marias e se abriam ao rumor das matinas. Por volta de 1840 começou a proceder-se à sua demolição, para se atender ao embelezamento do burgo e às necessidades dos habitantes que, então, se aglomeravam e exigiam espaço para a construção de novas moradias e para a dinamização da vida comercial. "A demolição de cerca de dez monumentos, na área das Portas de Mértola, entre 1863 e 1923(...) constituiu na altura uma verdadeira revolução urbana, levada a cabo pelo município, com o fechar de olhos do Governo, para regozijo das principais figuras endinheiradas da cidade [justificando] o sacrifício dos monumentos para o alargamento das ruas e feitura de largos (...) por causa do movimento intenso das 'alimárias' diziam." (Leonel Borrela, Diário do Alentejo, 20 de Outubro de 2006)» [in Constantino Piçarra e Rui Mateus, Beja. Roteiros Republicanos, QuidNovi, 2010, pp. 46-47]
Planta do centro de Beja no último quartel do século XIX (o tracejado indica zonas demolidas) : A-Mosteiro da Conceição, demolido entre 1893 e 1895; B - Hospício de Sto. António, demolido entre 1863 e 1886; C - Palácio dos Infantes, demolido em 1895; D- Casa do Corvos, demolida em 1892; E- Convento da Esperança, demolido em 1897; F - Igreja de S. João, demolida em 1919; H - Igreja de Sta. Maria; 1 - Adro da Conceição; 2- Largo do Duque de beja; 3 - Rua do Touro; 4 - Rua das Portas de Mértola; 5 - Rua da Fábrica; 6 - Rua do Ulmo; 7 - Largo de Sta. Maria; 8 - Rua da Torrinha; 9 - Largo de S. João; 10 - Rua de Santo António; 11 - Rua dos Sambranos (sic); 12 - Rua de Mértola; 13 - Rua da Branca; 14 - Rua da Biscaínha; 15 - Rua dos Açoutados; 16 - Rua da Esperança; 17 - Travessa do Cepo; 18 - Rua dos Infantes; 19 - Travessa da Audiência; 20 - Rua de João Conforte; 21 - Travessa do Padre Plácido; 22 - Rua das Ferrarias; 23 - Rua da Capelinha; 24 - Travessa do Carmo Velho (in Arquivo de Beja, vol. II, fasc. I e II, Jan-Jun, p. 190)
Planta do centro de Beja em meados do século XX: A- Museu Regional e Biblioteca Municipal de Beja (nos restos do Mosteiro da Conceição); B - Mercado Municipal, construído de 1895 a 1897; C- Igreja de Sta. Maria; D- Teatro Pax Julia; 1 - Rua da Conde da Boavista; 2 - Rua do Dr. Augusto Barreto; 3- Praça de Cândido dos Reis; 4 - Praça do Coronel Baptista; 5 - Portas de Mértola; 6 - Rua de Jacinto Freire de Andrade (aberta em 1939); 7 - Rua de Alexandre Herculano; 8 - Praça de Morais Sarmento; 9 - Rua do Ulmo; 10 - Rua do Dr. Manuel de Arriaga; 11 - Largo de 'O Porvir'; 12 - Travessa da Audiência; 13 - Rua de 5 de Outubro; 14 - Rua do Touro; 15 - Travessa do Cepo; 16 - Rua de Brito Camacho (antiga 'do Buraco'); 17 - Rua de Tomaz Vieira; 18 - Rua do Dr. António Macieira; 19 - Rua dos Sambranos (sic); 20 - Lanço da muralha e duas das torres das Portas de Mértola (in Arquivo de Beja, vol. II, fasc. I e II, Jan-Jun, p. 191)
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