sexta-feira, 27 de julho de 2012

Beja fora de muralhas - Anos 40 século XX - Liceu Fialho de Almeida/ Diogo Gouveia

Imagem IGESPAR 
(na foto pode-se ainda ver o nome de Fialho de Almeida na fachada)

«Foi em 1930 que o arquiteto Luís Cristino da Silva apresentou ao Ministério da Instrução Pública o projeto do novo edifício do Liceu de Beja, numa solução que se caracteriza pelo "internacionalismo" e "funcionalismo", seguindo as normas construtivas e programáticas da escola moderna estabelecidas pelo concurso público. (MONIZ, Gonçalo Canto, 2004, pp. 72-73). 
O edifício, erigido entre 1931 e 1935, "(...) constituí veículo para a afirmação de um pioneiro modernismo que se começa a estender para além dos grandes centros urbanos." (TOSTÕES, Ana, 2004, p. 178). A planta em U dispõe os módulos construtivos de betão armado em dois grandes eixos perpendiculares assimétricos: o eixo que se desenvolve paralelo à rua, composto pelo corpo principal, um braço lateral, com corredor e ao qual se adossam espaços de recreio, e o corpo posterior, com salas de aula, o ginásio e a piscina. 
Na fachada principal destaca-se a imponência maciça do betão, rasgada por grandes vãos envidraçados, que ao permitirem a entrada de luz marcam o ritmo da frontaria. A entrada é precedida por um portão gradeado, e sobre a entrada principal o único elemento decorativo exterior, a designação do liceu em alto-relevo. A fachada posterior, marcada pela regularidade da abertura de janelas, confere sobriedade ao edifício. 
À entrada do edifício, decorando o pátio principal, sobressai o painel de azulejos fabricado na Fábrica Viúva de Lamego, pintado por Eduardo Leite, segundo um cartão de Dordio Gomes, com uma cena de cariz regionalista, na qual se representação ceifeiros alentejanos. O espaço interior é marcado por terraços de betão, que se articulam entre os diferentes edifícios, o recreio coberto, os largos corredores, as escadas amplas que interligam os três pisos, o ginásio com varandim superior. 
Inaugurado em 1936, o Liceu Nacional Diogo de Gouveia foi uma das primeiras, e mais puristas, obras do Modernismo português, destacando-se pelo despojamento ornamental aliado às formas que o uso do botão permitiu explorar e pela assimetria da planta, determinada por questões de funcionalismo prático.» 

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