sábado, 31 de agosto de 2013

Praça D. Manuel I/ Praça da República - meados séc. XIX / 2005 - Arcada nascente

(clicar nas imagens para as ver ampliadas)

Fachadas do lado nascente da Praça da República, antiga Praça de D. Manuel, com a sua Arcada (em cima numa imagem de meados do século XIX) e o que resta dela (nos princípios do séc. XXI, já depois de terem sido feito obras para desafrontar parte da mesma, oculta em finais do século XIX).

«D. Manuel, Duque de Beja, decidiu valorizar a cidade pela construção de uma nova Praça com Pousada, Chafariz e Pelourinho. Não possuímos elementos sobre as edificações anteriores existentes neste local, mas tudo leva a crer, pela estrutura da zona em relação à malha citadina, que tendo feito parte do Forum Romano, a sua importância se manteve através da Idade Média, dispondo de vários edifícios e concentrando as principais actividades do burgo. Notícias sobre este local levam a crer que o Poço denominado dos Banhos, e com toda a probabilidade a Arcada ou seus elementos tenham tido uma existência anterior a D. Manuel provavelmente associados a antigos banhos árabes ou romanos de que há notícia.» (Raúl Hestnes Ferreira, Arquivo de Beja, vol.I, II série, anos 76/82, Beja, Outubro, 1984, p.116)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Praça da República de Beja - 1960/2011 - Pelourinho


1961


Antes de 2002 (início das obras da Polis)


Março 2011
«O Pelourinho - "classificado como Imóvel de Interesse Público - mandado erigir por D. Manuel I. Apeado em data imprecisa de oitocentos, extraviaram-se alguns dos seus elementos, pelo que, já no século XX, se procedeu a uma reconstituição. Na sequência da obra de requalificação da Praça empreendida pelo Programa Polis, procedeu-se à sua relocalização, no enfiamento com a Rua dos Infantes, e à retirada dos degraus sobre os quais se erguia, numa tentativa de apresentação do monumento na sua forma original (a colocação deste tipo de monumentos sobre bases mais ou menos elevadas correspondeu à sua monumentalização, efectuada no século XIX, num momento em que se assistia ao reforço do municipalismo e em que os pelourinhos, não possuindo já uma função utilitária, passaram a ser encarados como um símbolo do poder municipal).»(Susana Correia, Beja. Caminhos de Futuro, Programa Polis, Beja, Out.2005, pp.37-38)

domingo, 25 de agosto de 2013

Beja dentro de muralhas - 1944/1946 - Novo Edifício das Finanças na Praça da República


1944 - Obras de demolição da antiga Cadeia Filipina


1944- Obras de demolição da antiga Cadeia Filipina


1944 - Alçado da fachada do novo edifício das 'Finanças e Conservatória do Registo Civil'


1945-46 - Construção do novo edifício


1948 - Novo Edifício das 'Repartições Concelhias e Biblioteca Municipal'

Após a demolição da antiga Cadeia Filipina na Praça da República, foi construido no seu lugar o edifício das Finanças (que ainda hoje se mantém) e a Biblioteca Municipal.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Beja dentro de muralhas - 1944 - Cadeia Filipina na Praça da República










Prisão denominada 'Cadeia Filipina', em plena Praça da República, pouco tempo antes da sua demolição no ano de 1944, para dar lugar ao edifício das Finanças (que ainda se mantém nos dias de hoje).

"... o modelar edifício da nova cadeia comarcã, recentemente inaugurado, tornou desnecessárias as infectas masmorras da prisão seiscentista com que as providências de Filipe III dotaram a cidade de Beja...." (Arquivo de Beja, vol.I, fasc. IV, Out.-Dez. 1944, p.400)


«Premeiramente se sobe para sima a salla principal da dita Cadea que é situada na praça desta cidade, por hu Balcão com sua escada que tem vinte e hu degraus de pedra findos os quaes, está um patamar com porta para a dita primeira salla... Entrando se na dita primeira salla que serve de passagem e serventia, nella á mão esquerda, está a porta per honde se entra para a cadea das mulheres, e á mão direita a porta por honde se entra para a cadea da salla fechada dos homens...
Nesta primeira salla fronteira della fica a porta por onde se entra para a segunda salla de assistencia do carcereiro a qual tem o seu armario que serve para guardar os livros da dita Cadeia, o qual fica á mão esquerda da entrada, e á mão direita o Alçapão por onde se desce por escada de madeira para a Enxovia...
A Cadeia da Salla fexada dos homens tem uma janela para a praça de grades de ferro e outra do mesmo para a primeira sala da entrada...
A Cadea das mulheres tem sua janela de pedraria com grades de ferro para a praça, e outra janella pequena com grades de ferro que diz para o Balcão da escada...
Nos baixos de todas estas referidas casas fica a cadea da Enxovia, á qual se desce pelo alçapão que fica na segunda salla da dita cadea, a qual enxovia he uma salla grande de abobeda e tem duas janellas de grades de ferro rasteiras com a praça...»(Invent. do anno de 1745. Archivo da Camara de Beja... idem, p. 416)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Praça da República - 1920 (II)

Praça D. Manuel I, actual Praça da República, vista Sudeste. 
Ao fundo a torre do Convento de N. Sra. da Conceição, actual Museu Municipal de Beja.

Praça D. Manuel I, actual Praça da República, vista Noroeste.
Ao fundo a Igreja da Misericórdia ainda com as suas arcadas fechadas.

«Situada em plena zona histórica, a Praça da República corresponde ao centro político e administrativo (e, até há bem poucos anos, comercial) da cidade de Beja ... a Praça continua a ser para os bejenses, o coração da sua cidade.
Esta característica de 'lugar central' é lhe conferida por D. Manuel I, que promove o seu reordenamento e a dota de edifícios e equipamentos públicos, recebendo, então o nome de Praça Nova (substituída, posteriormente, pelo de Praça D. Manuel I e, já no século XX, pela designação actual).
A iconografia antiga permite-nos fazer uma ideia do seu aspecto original: um amplo terreiro rodeado por edifícios, no qual se realizavam as grandes festas da cidade (corridas de touros, cavalhadas, representações teatrais, etc.). Esse aspecto foi, porém, conhecendo sucessivas modificações, quer a nível dos edifícios, quer no que respeita à estrutura urbana da praça, que se revestiram de particular impacto desde finais do século XIX até à primeira metade do século XX.» (Susana Correia, Beja. Caminhos de Futuro, Beja Polis, Beja, 2005, p.35)

sábado, 17 de agosto de 2013

Praça da República - 1920 (I)

Praça da República em Beja, 1920.

«A primitiva praça de Beja, que tomava o nome de "Praça do Peixe", situava-se no terreiro [da igreja] de Santa Maria. Foi aí que, por ordem d'el-rei D. Afonso III, que em 1254 outorgou o primeiro foral à cidade, se ergueram os originais Paços do Concelho e se instituiu a primeira feira de Beja. Já no século XVI, D. Manuel, compreendendo que a exiguidade do espaço não era compatível com o crescente movimento comercial da cidade, mandou rasgar o actual espaço, a que, nesse tempo se deu o nome de Praça Nova.
Espaço privilegiado de encontro e principal centro comercial da cidade, a praça que mais tarde viria a receber o nome do rei venturoso foi desde então epicentro de uma generosa parte dos grandes acontecimentos que povoam a memória histórica da capital do Baixo Alentejo. Ali se realizavam as grandes festas da cidade, entre cavalhadas e corridas de touros, alcanzias e tavolados. E assim se foi mantendo a tradição até ao século XIX ...» (João Pedro Oliveira, Portugal. Memória das Cidades, Diário de Notícias, s.l., 2001, p.15)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Inauguração do novo edifício dos Paços do Concelho de Beja - 27 de Abril 1953







No dia 27 de Abril de 1953, comemorou-se um pouco por todo o país o vigésimo quinto aniversário da subida ao poder de Oliveira Salazar. A inauguração do novo edifício dos Paços do Concelho (o anterior ardeu em 1947), juntamente com a inauguração do Estádio Municipal 'Engenheiro José Frederico Ulrich' em Beja, fizeram parte dessas comemorações (apelidadas de Comemorações Salazarianas pelo semanário católico Notícias de Beja). Em Beja tal comemoração implicou tolerância de ponto na tarde do dia 27 para escolas, repartições e estabelecimentos públicos, resultando na pratica num mini-feriado para toda a cidade, com lojas e indústria encerradas também.

"O PAÍS CELEBRA HOJE, FESTIVAMENTE, O DIA DE SALAZAR, CONSAGRANDO ASSIM A ACÇÃO DE UM ESTADISTA ILUSTRE, QUE DESDE HÁ UM QUARTO DE SÉCULO, DIRIGE COM INTELIGÊNCIA E FIRMEZA NOTÁVEIS, OS DESTINOS DE PORTUGAL (...)As comemorações em honra do sr. dr. Oliveira Salazar começaram ontem com a iluminação dos edifícios públicos e exposição de fotografias do sr. Presidente do Conselho nas montras dos principais estabelecimentos comerciais da cidade. Hoje de manhã houve alvorada pela Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, que percorreu várias ruas da cidade.Às 15h em presença das autoridades locais, individualidades, representantes dos organismos e colectividades, Legião Portuguesa, Mocidade Portuguesa, crianças das Escolas, etc, etc, realizou-se o acto inaugural do edifício dos Paços do Concelho, que se encontra artisticamente engalanado."(Diário do Alentejo, 27 de abril de 1953)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Incêndio nos Paços do Concelho de Beja - Abril/Novembro 1949 - Obras de reconstrução






Início da reconstrução - 20 de Dezembro de 1948
Custo total - 2.183.45 escudos e 50 centavos
(comparticipação do Estado 1.082.060 escudos)
[Semanário Notícias de Beja, 2 de Maio de 1953]

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Incêndio nos Paços do Concelho de Beja - Julho de 1947- Primeiras Notícias dos Jornais:


Primeira página do Diário do Alentejo (23 de Julho de 1947)

Primeira página do semanário católico Notícias de Beja (26 de Julho de 1947)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Incêndio Paços do Concelho de Beja - 23 de Julho de 1947 - Primeiras imagens






Fotografias tiradas por Armando Raposo

"No dia 23 de Julho de 1947, pelas 18, devido provavelmente a um curto circuito, ateou-se o fogo nas águas furtadas do edifício dos Paços do Concelho, onde se encontrava instalado o arquivo camarário. Dado o alarme, por algumas das numerosas pessoas que dentro do próprio edifício notaram a presença de fumo, diligenciaram os senhores Cap. Almeida Cassar, Comandante dos Bombeiros e o Dr. Artur Merlim Nobre, chefe da secretaria municipal, alcançar o aposento incendiado, na esperança de poderem dominar as chamas por meio de um extintor de jacto. Estas porém, desenvolviam-se com tal violência que a tentativa foi inútil.
Embora a corporação de bombeiros não se fizesse demorar, o alastramento das labaredas progredia célere, pelo que, o Presidente e Vice-Presidente da Câmara, Senhores Drs. António de Meneses Belard da Fonseca e José Gonçalves Fagulha, com os funcionários da secretaria e outros, iniciaram desde logo o salvamento do expediente, mobiliário e tudo mais que puderam retirar, primeiro pela escadaria do edifício, depois lançando-o pelas janelas, visto a passagem pelas escadas se tornar impossível dentro em pouco.
Do mesmo modo procediam os Senhores Drs. Ivo Pereira e Bernardo Baptista, Juízes, respectivamente das Comarcas de Beja e Mértola, com os funcionários de justiça, quanto ao tribunal.
Nestes denodados e arriscadíssimos esforços cooperou grande multidão, vendo-se empenhada na faina de salvamento e transporte de água gente de todas as idades e condições sociais: oficiais do exército, soldados, sacerdotes, operários e funcionários de outras repartições. Como se receassem a propagação do incêndio aos serviços públicos instalados no rés-do-chão, os respectivos chefes e o seu pessoal retiraram tudo quanto ali existia, ao mesmo tempo que as corporações de bombeiros combatiam as labaredas, entre turbilhões de fumo e o fragor das derrocadas.
Em determinada altura, quando a sua permanência no andar superior se tornou de todo impossível, o Presidente, o Vice-presidente e os funcionários da secretaria municipal tiveram de sair pelas janelas, mediante escadas que os bombeiros lhes lançaram (...)
Pode dizer-se que a cidade inteira assistiu compungida ao desenrolar do sinistro. Beja sabia que o seu arquivo municipal era valioso. Via-o em poucos momentos reduzido a cinzas que o vento dispersou sobre o casario e o pavimento das ruas. Durante semanas volitaram por toda a parte os pedacinhos negros
."
(Abel Viana, Arquivo de Beja, vol. IV, fasc. III e IV, Julho- Dezembro 1946, pp. 364-365).

sábado, 3 de agosto de 2013

Antigo edifício Paços Concelho - 1919 - Vista do Castelo de Beja


Beja, 1919, vista do Castelo.
Pode observar-se as traseiras do antigo edifício da Câmara Municipal de Beja, com a sua cúpula (edifício que ardeu completamente em 1947).

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Beja - 2012 - Vista Google Earth

(Clicar para ver mais ampliado)
Imagem do Google Earth do centro de Beja. Nas imagens vêem-se os únicos monumentos da cidade que, até à data, se encontram a 3 dimensões: o Castelo, a Câmara Municipal e o depósito de água.