sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Beja dentro de muralhas - 1944 - Cadeia Filipina na Praça da República










Prisão denominada 'Cadeia Filipina', em plena Praça da República, pouco tempo antes da sua demolição no ano de 1944, para dar lugar ao edifício das Finanças (que ainda se mantém nos dias de hoje).

"... o modelar edifício da nova cadeia comarcã, recentemente inaugurado, tornou desnecessárias as infectas masmorras da prisão seiscentista com que as providências de Filipe III dotaram a cidade de Beja...." (Arquivo de Beja, vol.I, fasc. IV, Out.-Dez. 1944, p.400)


«Premeiramente se sobe para sima a salla principal da dita Cadea que é situada na praça desta cidade, por hu Balcão com sua escada que tem vinte e hu degraus de pedra findos os quaes, está um patamar com porta para a dita primeira salla... Entrando se na dita primeira salla que serve de passagem e serventia, nella á mão esquerda, está a porta per honde se entra para a cadea das mulheres, e á mão direita a porta por honde se entra para a cadea da salla fechada dos homens...
Nesta primeira salla fronteira della fica a porta por onde se entra para a segunda salla de assistencia do carcereiro a qual tem o seu armario que serve para guardar os livros da dita Cadeia, o qual fica á mão esquerda da entrada, e á mão direita o Alçapão por onde se desce por escada de madeira para a Enxovia...
A Cadeia da Salla fexada dos homens tem uma janela para a praça de grades de ferro e outra do mesmo para a primeira sala da entrada...
A Cadea das mulheres tem sua janela de pedraria com grades de ferro para a praça, e outra janella pequena com grades de ferro que diz para o Balcão da escada...
Nos baixos de todas estas referidas casas fica a cadea da Enxovia, á qual se desce pelo alçapão que fica na segunda salla da dita cadea, a qual enxovia he uma salla grande de abobeda e tem duas janellas de grades de ferro rasteiras com a praça...»(Invent. do anno de 1745. Archivo da Camara de Beja... idem, p. 416)

2 comentários:

José Peneque disse...

EU CONHECI DE PERTO ESTA CADEIA. Os prêsos passavam-me entre as grades, um papel, jà muito sebento, dobrado em quatro,que eu ( com 5 ou 6 anos, apresentava aos passantes)com a sua historia. Por vezes davam_me uma pequena moeda que eu passava difilcimente ao prisoneiro, que por recompensa me dava por vezes un brinquedo em madeira fabricado por ele mêsmo.Nunca esquecerei!.

Rita Cortês disse...

Muito obrigada por partilhar a sua história connosco!
Com os melhores cumprimentos
Rita Cortês